Impactos Ambientais

Efeito estufa e aquecimento global


O efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera. Como consequência disso, o calor fica retido, não sendo libertado para o espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. Serve para manter o planeta aquecido, e assim, garantir a manutenção da vida.
O que se pode tornar catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito estufa que destabilize o equilíbrio energético no planeta e origine um fenômeno conhecido como aquecimento global.

Ilustração: Luis Iria
Esquema do efeito estufa, quando ele é bom, necessário para a vida no planeta e quando ele é mau provocando o aquecimento global.

Para saber mais sobre o efeito estufa veja o vídeo abaixo:



Os gases que contribuem para esse fenômeno são o monóxido de carbono (CO), o monóxido de nitrogênio (NO), o ozônio (O3), o metano (CH4) e os clorofluorcarbonos (CFCs). Os CFCs, gases utilizados em refrigeradores, condicionadores de ar e sprays, também absorvem parte do calor refletido pela Terra, contribuindo para o aumento da temperatura. Todos esses gases são chamados gases de efeito estufa (GEE).

Influência de cada gás no agravamento do efeito estufa.
Um desses gases, o metano, tem a capacidade de reter calor 23 vezes mais que o gás carbônico. Além disso, sua permanência na atmosfera é de cerca de 12 anos. Esses fatores fazem com que ele seja responsável por um terço do aquecimento do planeta. Diariamente, milhares de toneladas de metano são liberadas para a atmosfera por diferentes fontes: flatulências do gado; decomposição de lixos orgânicos e de esgotos; culturas inundadas de arroz; escape do gás natural, de carvão e de materiais vegetais entre outros.

Segundo relatório da FAO em 2006, a pecuária prejudica mais o ambiente que os carros. Tudo culpa do metano que o gado é capaz de produzir pela fermentação dos alimentos ingeridos.

Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e 2100. A variação dos valores reflete o uso de diferentes cenários de futura emissão de gases estufa e resultados de modelos com diferenças na sensibilidade climática. Apesar de a maioria dos estudos ter seu foco no período até o ano 2100, espera-se que o aquecimento e o aumento no nível do mar continuem por mais de um milênio, mesmo que as concentrações de gases estufa se estabilizem.

Um aumento nas temperaturas globais pode, em contrapartida, causar outras alterações, incluindo aumento no nível do mar, mudanças em padrões de precipitação resultando em enchentes e secas. Espera-se que o aquecimento seja mais intenso no Ártico, e estaria associado ao recuo das geleiras, permafrost e gelo marinho. Outros efeitos prováveis incluem alterações na frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos, extinção de espécies e variações na produção agrícola. O aquecimento e as suas consequências variarão de região para região, apesar da natureza destas variações regionais ser incerta. Outra ocorrência global concomitante com o aquecimento global que já se verifica e que se prevê continuar no futuro, é a acidificação oceânica, que é também resultado do aumento contemporâneo da concentração de dióxido de carbono atmosférico.

A temperatura média do planeta está subindo, causando derretimento de geleiras, furacões e ciclones mais fortes; expansão das áreas secas; inundações e ondas de calor intenso mais frequentes; avanço do mar sobre cidades litorâneas; aumento do número de espécies em extinção.

Para entender melhor as consequências e toda catástrofe que pode ser causada pelo aquecimento global, assista ao vídeo abaixo:




Uma dica!

Os problemas do aquecimento global já foram retratados no cinema no filme "O dia depois de amanhã". O filme de ficção científica retrata efeitos catastróficos da mudança climática. Segundo em bilheteria nos cinemas na estreia, logo após "Shrek 2", ganhou prêmio na área de Efeitos Especiais pela Academia Britânica. No entanto, foi criticado por exageros do ponto de vista científico, como vários eventos meteorológicos ocorrendo em poucas horas (quando deveriam ocorrer em décadas ou séculos).
As tragédias incluem uma tempestade de granizo com pedras maiores que o comum, séries de tornados e furacões, queda de aviões devido a turbulências aéreas, ondas gigantescas e o congelamento do hemisfério Norte do planeta.
Mesmo apesar desses erros vale a pena assistir o filme, com base nos seus estudos, aproveite para fazer suas críticas quanto aos conceitos abordados no filme.


Vejam o trailer do filme abaixo:



Fonte:

Química cidadã: materiais, substâncias, constituintes, química ambiental e suas implicações sociais, volume 1: ensino médio / Wildson Luiz Pereira dos Santos, Gerson de Souza Mól, (coords.). - 1. ed. - São Paulo: Nova Geração, 2010. - (Coleção química para a nova geração)
O que é efeito estufa e quais suas consequências? http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/quais-consequencias-boas-efeito-estufa-488078.shtml
Efeito estufa. http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_estufa
Aquecimento global. http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecimento_global


Fumaça-neblina, inversão térmica e névoa seca

A partir do final do século XVIII, o carvão, cuja combustão gera grandes quantidades de gases poluentes, passa a ser intensivamente usado para fins industriais e domésticos. Num momento posterior, a utilização de combustíveis derivados do petróleo passa a contribuir para essa emissão de gases poluentes. Assim, começaram a surgir os primeiros sinais de poluição atmosférica até então quase que desconhecidos pela humanidade. Na Europa em meados do século passado, ocorreram combinações de fumaça (smoke) e neblina (fog) que fizeram dias virarem noites, por não permitirem que a luz do sol iluminasse algumas grandes cidades. Esse fenômeno foi denominado smog.

Smog é um fenômeno fotoquímico caracterizado pela formação de uma espécie de neblina composta por poluição, vapor de água e outros compostos químicos.

A neblina é um fenômeno natural resultante da condensação de vapor d'água que fica suspenso na atmosfera, junto á superfície terrestre. No entanto, nos grandes centros urbanos, esse fenômeno pode ser ocasionado pelo aumento de substâncias e materiais resultantes de atividades humanas. Essa neblina, contendo resíduos de atividades humanas, pode ser tóxica aos seres vivos.
O smog tem trazido sérios problemas às grandes cidades. Em Los Angeles, em 1942, causou graves complicações respiratórias aos habitantes e matou grande parte da vegetação de jardins. Em Londres, em 1952, levou mais de 8 mil pessoas a hospitais e postos de saúde. Às vésperas das olimpíadas de 2008, em Pequim tiveram que tomar um conjunto de medidas para combater o nevoeiro de poluição que ensombraria a capital chinesa. O smog fica pior na época do inverno, em virtude da inversão térmica.

A foto mostra o smog de 1952, em Londres. Muitas das vezes, o smog é tão forte que os carros precisam circular com os faróis acesos durante o dia. Dá para imaginar o que isso pode causar à nossa sáude!
Fonte: http://bio-cult.blogspot.com.br/2010/08/smog.html
No fenômeno da inversão térmica, a cidade fica encoberta por gases tóxicos aprisionados pelo smog.
Cidade de São Paulo: http://csm7anod.pbworks.com/f/1291672366/ibagem.jpg

No Brasil, em São Paulo, também é comum ocorrer o fenômeno da inversão térmica. Esse fenômeno pode ser explicado pelo esquema abaixo.

Ilustração: Victor Malta
Na inversão térmica, a formação do smog impede a penetração da radiação solar que aqueceria o ar frio e retém os gases poluentes. Na região da inversão térmica, ao invés de o ar quente ficar embaixo e o ar frio ficar em cima como ocorre em dias normais, o ar frio fica abaixo do smog e o quente acima.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/inversao-termica-568104.shtml
A superfície terrestre é aquecida constantemente pela radiação solar. Assim, as camadas atmosféricas mais próximas da superfície são mais quentes do que as superiores. O ar mais quente é menos denso que o ar mais frio. Associados, esses dois fatores irão produzir correntes de convecção: ar quente sobe e ar frio desce (fluxo normal).
Em alguns dias do inverno, porém, a camada de ar rente ao solo torna-se ainda mais gelada que a camada imediatamente acima dela. Como as camadas mais elevadas também são frias, forma-se um "sanduíche": uma faixa quente entre duas faixas frias. Essa combinação faz com que a camada gelada, junto ao solo, não consiga se dissipar, neste caso temos o processo de inversão térmica.
Das interações interações entre as substâncias que constituem o smog, consideradas como poluentes primários, podem surgir poluentes secundários, ou seja, substâncias que não foram lançadas diretamente na atmosfera, mas sim, produzidas com base em outros gases poluentes. Um exemplo é o dióxido de nitrogênio que pode formar o ácido nítrico, substância altamente corrosiva que reage com metais, mármores, granitos e outros materiais.
Outro exemplo é o ozônio, que em altas concentrações, na atmosfera, torna-se tóxico e reage com plásticos, borrachas, fibras têxteis, tintas etc., provocando a decomposição desses materiais.
Além do ozônio, outros gases são formados pelo smog fotoquímico, como dióxido de nitrogênio (NO2), o peróxido de hidrogênio (H2O2), o nitrato de peroxiacetil (CH3CO2NO3) e o ácido nítrico (HNO3). Esses poluentes  provocam irritações nasais e oculares, dificuldades de respiração e prejudicam a visibilidade.
A névoa seca é um outro fenômeno associado com a poluição, comum no Sul e Centro-Oeste do Brasil e da América do Sul, sobre o Oceano Atlântico e mesmo em certas regiões da África, nos meses de inverno (principalmente em agosto). Notícias como mostrado abaixo, são muito frequentes:


Névoa seca na cidade de Corumbá.
Quando ela ocorre, a atmosfera fica com um espesso nevoeiro que não contém aerossóis (denominação química para pequenas partículas líquidas ou gasosas, dispersas num meio gasoso). Por não conter partículas líquidas, esse tipo de nevoeiro é chamado névoa seca. Como a névoa seca coincide com a época de queimada de pastagens e campos, supõe-se que ela provenha da presença de material particulado, composto de sólidos ou líquidos dispersos em gases, que ficam suspensos no ar. Com a chegada das chuvas em setembro, a névoa seca desaparece, o céu readquire o tom azul e a visibilidade normaliza-se.

Fonte:
Química cidadã: materiais, substâncias, constituintes, química ambiental e suas implicações sociais, volume 1: ensino médio / Wildson Luiz Pereira dos Santos, Gerson de Souza Mól, (coords.). - 1. ed. - São Paulo: Nova Geração, 2010. - (Coleção química para a nova geração)


Poluição atmosférica

A poluição atmosférica torna o ar nocivo e impróprio à saúde humana e à vida de animais e plantas. Será que é mesmo preciso pagar um preço tão alto pelo progresso? Cidade de São Paulo.
Fonte: http://www.infoescola.com/ecologia/poluicao-atmosferica/
A poluição atmosférica acontece quando ocorre um aumento da quantidade de determinados gases ou de materiais sólidos em suspensão acima de limites definidos. A concentração de poluentes na atmosfera depende de mecanismos de retenção ou dispersão. Como o volume da atmosfera é muito grande, a fumaça que sai de uma chaminé pode se espalhar por uma área vasta, atenuando seus efeitos poluidores no local da emissão (como no caso da Antártida visto abaixo). Contudo, se a liberação de gases tóxicos for muito elevada e dispersão não ocorrer adequadamente, instala-se um quadro mais sério de poluição atmosférica, como grandes danos à saúde da população.

Para ler a notícia completa clique aqui.

Notícias como a de cima, do Diário de Pernambuco, são cada vez mais frequentes, além dos problemas causados na capacidade respiratória, outros problemas são descritos no quadro abaixo.

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA X DANOS À SAÚDE
Contaminante
Efeitos à saúde
Principais fontes
Monóxido de carbono (CO)
Impede o transporte de oxigênio no sangue, causa danos aos sistemas nervoso central e cardiovascular.
Queima de combustíveis fósseis.
Óxidos de enxofre (SO2 e SO3)
Doenças cardiovasculares e respiratórias.
Combustão de carvão e petróleo com enxofre.
Óxidos de nitrogênio (NO e NO2)
Danos ao aparelho respiratório.
Combustão do gás nitrogênio a altas temperaturas na queima de combustíveis.
Hidrocarbonetos (CnHm)
Alguns têm propriedades cancerígenas, teratogênicas ou mutagênicas.
Uso de petróleo, gás natural e carvão.
Macromoléculas
Danos aos sistemas respiratório, gastrointestinal, nervoso central, renal, etc.
Atividades industriais, transporte e combustão.

Mas para entendermos melhor a poluição atmosférica, precisamos antes conhecer a composição do ar limpo e a classificação dos poluentes atmosféricos.

Composição do ar limpo

A atmosfera é a camada gasosa da biosfera, indispensável para a vida na Terra. Além de partículas de poeira, grãos de pólen, microorganismos e sais marinhos, entre outros, ela é composta por uma mistura de gases: 79% de nitrogênio, 20% de oxigênio e 1% de outros gases, entre os quais incluem-se dióxido de carbono, vapor d'água e gases raros (argônio, neônio, hélio, criptônio, ozônio, etc.), assim chamados porque existem em quantidades muito pequenas.

Devido a sua extensão, cerca de pouco mais de 800 quilômetros de altitude, a atmosfera é dividida em camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera. Mas é na baixa atmosfera ou troposfera, porção onde vivemos, que ocorrem os efeitos nocivos dos produtos das atividades humanas.

Divisões da atmosfera; é na troposfera que ocorrem os efeitos nocivos dos produtos das atividades humanas.
Fonte: 
http://ambienteeecologia.blogspot.com.br/2011/06/atmosfera-terrestre.html

Classificação dos poluentes atmosféricos


Os poluentes são divididos em duas categorias: primários e secundários. Os poluentes primários são aqueles liberados diretamente das fontes de emissão, como o dióxido de enxofre (SO2), o sulfeto de hidrogênio (H2S), os óxidos de nitrogênio (NOx), a amônia (NH3), o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4).



Os poluentes secundários são aqueles formados na atmosfera através de reação química entre poluentes primários e componentes naturais da atmosfera, se destacando o peróxido de hidrogênio (H2O2), o ácido sulfúrico (H2SO4), o ácido nítrico (HNO3), o trióxido de enxofre (SO3), os nitratos (NO3?), os sulfatos (SO4²-), o ozônio (O3) e o nitrato de peroxiacetila - PAN - (CH3=OO2NO2).



Somam-se ainda a esses poluentes os álcoóis, aldeídos, hidrocarbonetos (HC), compostos orgânicos voláteis (COVs), mercúrio (Hg) e material particulado (MP). O termo material particulado abarca um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa do seu pequeno tamanho.

Dependendo do tamanho, suas partículas podem ser classificadas como Partículas Totais em Suspensão ou Partículas Inaláveis e Fumaça.


A tabela abaixo exemplifica esses poluentes e as suas fontes.

Fonte: http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/3672-controle-de-poluentes-atmosfericos
Agora que já temos definidos a composição do ar limpo e do ar poluído, nos perguntamos, desde quando essa composição do ar começou a ser alterada? Desde quando a poluição atmosférica passou a fazer parte das nossas vidas?

A poluição atmosférica teve início com a Revolução Industrial. Nos primórdios da industrialização, o produto lançado ao ar pelas chaminés das fábricas era símbolo de prosperidade, poder, progresso. Um grande industrial de Chicago em 1892 comentou "O fumo é incenso queimado nos altares da indústria". Com o crescimento populacional, o aumento exagerado do consumo e a baixa importância dada às questões ambientais agravaram os desequilíbrios causados à atmosfera, aumentando a concentração de partículas sólidas e de diversos gases, como o dióxido de carbono, em certas regiões da termosfera.


Revolução Industrial: uma nova etapa na relação do homem com o mundo.  O produto lançado ao pelas chaminés das fábricas era símbolo de prosperidade, poder, progresso.
Fonte: http://www.brasilescola.com/historiag/revolucao-industrial.htm
Atualmente as alterações climáticas causadas pela poluição atmosférica são fator de grande preocupação. Já se sabe que uma de suas alterações como pequenas variações na temperatura do planeta pode desencadear catástrofes, como o derretimento de geleiras e a inundação de cidades litorâneas.
Catástrofes que alteram a atmosfera e a biosfera não são novas na história da evolução da Terra. Podemos dizer que o planeta  Terra é resultado dessas transformações e que possibilitaram atingir o equilíbrio que permite a vida como conhecemos. É bem verdade que a regeneração após cada catástrofe leva milhares de anos. Mas esse tempo não é nada se considerarmos a idade do planeta. Assim, com o passar do tempo a superfície e atmosfera terrestres se moldaram e estabeleceram condições favoráveis ao surgimento da enorme variedade de espécies de seres vivos. Ao mesmo tempo, outras espécies foram dizimadas, como os dinossauros, e o que resta delas hoje são somente marcas de um passado de existência.
Mesmo levando em consideração a capacidade de regeneração que o planeta possui, há de considerar as consequências em razão do rápido ritmo de consumo de matéria e energia produzidas pela humanidade. Que o planeta pode estabelecer novas formas de equilíbrio não há dúvidas. A grande questão é quem serão os habitantes dessa "nova Terra".
Ocorre que no início do século XX, a utilização em larga escala do petróleo como fonte de energia deu início a grandes mudanças climáticas que poderão ser um novo marco na história do planeta.

Nos próximos textos veremos como essas transformações têm sido associadas com a produção de uma diversidade de substâncias resultantes do processo de industrialização.

Fonte:
Química cidadã: materiais, substâncias, constituintes, química ambiental e suas implicações sociais, volume 1: ensino médio / Wildson Luiz Pereira dos Santos, Gerson de Souza Mól, (coords.). - 1. ed. - São Paulo: Nova Geração, 2010. - (Coleção química para a nova geração)

Você sabia que a atmosfera da Antárdida está em degradação?

Isso mesmo, a atmosfera da Antárdida sofre um processo de degradação, embora praticamente não haja atividade humana no local.

Por causa da dispersão dos gases, até a atmosfera da Antártida está em processo de degradação.
Fonte: http://science-meioambiente.blogspot.com.br/
Mas afinal, porque isso ocorre?

Os culpados dessa degradação são as moléculas de gases, que estão em constante movimento e dispersam-se por toda a atmosfera. A dispersão atenua os efeitos de alguns gases tóxicos em determinadas regiões, mas não elimina o problema e se globaliza. É por esse motivo que o acidente nuclear de Chernobyl contaminou vários países da Europa. É por isso também que o fenômeno de chuvas ácidas, provocado pela produção de gases de enxofre em usinas termelétricas no Sul do Brasil, afeta o Paraguai. Portanto, uma propriedade básica dos gases, como a dispersão é um dos motivos que tornam a poluição atmosférica um problema de caráter mundial, envolvendo aspectos políticos e econômicos.

Gases de enxofre produzidos pelas usinas termelétricas no Sul do Brasil são responsáveis pela chuva ácida que atinge o Paraguai. Complexo Termelétrico de Candiota.
Fonte: http://portoimagem.wordpress.com/2011/01/28/candiota-3-quer-mudar-imagem-de-usinas-termicas-a-carvao-no-brasil/

Para buscar soluções para tais problemas, é preciso compreender bem as propriedades dos gases, por isso vamos estudá-las! (fique atento às postagens feitas no blog)


Fonte: 
Química cidadã: materiais, substâncias, constituintes, química ambiental e suas implicações sociais, volume 1: ensino médio / Wildson Luiz Pereira dos Santos, Gerson de Souza Mól, (coords.). - 1. ed. - São Paulo: Nova Geração, 2010. - (Coleção química para a nova geração)

Você sabe o que é o Rio +20?

Não, não é o novo filme do Carlos Saldanha.

Vocês já devem ter ouvido falar do Rio +20 não é mesmo, mas vocês sabem do que se trata? 

O Rio +20 foi uma Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. Nessa conferência foram analisadas e propostas ações para reduzir, mitigar ou compensar os impactos ambientais e sociais gerados pela Conferência.
A Rio+20 é isso: uma nova e grande reunião, duas décadas depois (última ocorreu em 1992), na mesma cidade, que reunirá novamente o mundo em uma conferência para discutir o futuro do planeta e como queremos viver nele. Um momento para um balanço, e uma oportunidade para realizar avanços rumo a um planeta mais sustentável e uma vida mais bacana.

As ações discutidas nessa conferência foram organizadas em nove dimensões: Gestão das Emissões de Gases de Efeito Estufa, Recursos Hídricos, Recursos Sólidos, Energia, Transporte, Construções Sustentáveis, Compras Públicas Sustentáveis, Turismo Sustentável e Alimentos Sustentáveis.

Dentre essas nove dimensões, destacamos e discutiremos aqui a problemática da gestão das Emissões de Gases do Efeito Estufa, sendo que este foi um dos assuntos centrais.

Mas o que se passou desde 1992 até agora?

Em 1992, ano da Eco 92, a agenda ambiental ganhava força e passava a ser discutida por toda a sociedade. A Eco 92 contou com a presença de delegações de 178 países.

Logo da Eco 92
Quem não viu ou ouviu falar da menina de 12 anos que calou o mundo por 6 minutos em seu discurso na Eco 92 sobre sustentabilidade?




Este encontro contribuiu para a elaboração do Protocolo de Kyoto (1997), que visava controlar as emissões de gás responsáveis do efeito estufa. 




Na Eco 92 foram também criados parâmetros para a proteção da biodiversidade, incluindo o uso sustentável de florestas e a compensação para países pobres, pelo uso de seus recursos naturais.

A Eco 92 resultou num importante documento – a Declaração do Rio que continha princípios éticos pela busca de um futuro sustentável e também foi definida a Agenda 21 que traçou a agenda ambiental para décadas seguintes.


Contudo, outras metas importantes, como a ajuda financeira de países ricos para programas ambientais, e a redução das emissões de CO2 não foram cumpridas.


Na Conferência Rio+20, a discussão ambiental teve um caráter urgente diante das mudanças climáticas e da perda de recursos naturais do planeta.

Um dos objetivos era a discussão dos documentos-referência elaborados na Eco 92.

Fonte da imagem

Rio+20 centrou-se na discussão de “uma economia verde” ou seja, o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza. Sendo assim, desde o inicio de 2012, que as Nações Unidas elaboraram e discutiram documentos-chave que continham ideias, comentários e sugestões de propostas, que foram discutidas no evento. 

Um dos pontos essenciais é conscientização de que a troca de conhecimento e tecnologias entre os países é fundamental para um desenvolvimento mais justo e sustentável. O uso de tecnologias limpas para a produção de energia, para reduzir o impacto das mudanças climáticas, e para defender a preservação das florestas, dos oceanos e mares foram também questões importantes.


rio 20
O documento final da Conferência Rio +20 prevê medidas para o futuro que queremos.
O documento final da Conferência Rio + 20 intitulado "The Future We Want" (O futuro que queremos) prevê, entre outras medidas, a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. 
Este princípio significa que os países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por terem degradado mais o meio ambiente durante séculos.

Dentre as medidas a serem tomadas podemos citar:


  • Propostas do Brasil para a Rio+20 relacionadas com o efeito estufa:
No Documento de Contribuição Brasileira à Conferência Rio+20 são apresentadas as visões e propostas iniciais do Brasil sobre os temas e objetivos da Conferência. Entre eles estão aspectos relacionados ao efeito estufa. Veja alguns:
  • Criar incentivos e promover reformas que visam ampliar o uso de fontes energéticas renováveis, como energia hidrelétrica, geração de energia elétrica a partir da biomassa, energia eólica, solar, e outras não convencionais, como resíduos sólidos, microalgas e efluentes;
A energia eólica e a solar são renováveis
  • Melhorar as tecnologias de produção de combustíveis automotores mais limpos, incentivando o uso de combustíveis renováveis, como osbiocombustíveis;
O uso de biocombustíveis ajuda a diminuir o efeito estufa
  • Aproveitamento de aterros sanitários para a produção de energia (biogás). A combustão do biogás contribui para a diminuição da emissão de gases-estufa, ao transformar metano (seu principal componente) em gás carbônico (vinte vezes menos prejudicial ao meio ambiente). Além disso, gera energia, diminui riscos de acidentes e aumenta a qualidade de vida em seu entorno;
  • Iniciativas para identificar as empresas mais sustentáveis. O documento citado diz: “No Brasil, a BM&FBOVESPA estabeleceu, em 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial, que mede o retorno de uma carteira de ações de empresas com reconhecido comprometimento com a sustentabilidade. Em 2010, foi lançado o Índice Carbono Eficiente (ICO2), que recalcula o IBrX (indicador composto pelas 50 ações mais negociadas na Bolsa) com base nas emissões de gases de efeito estufa das empresas.”
  • Gestão de emissão de gases-estufa durante a Conferência Rio+20:
Esse assunto também faz parte da pauta de temas da Conferência Rio+20, e já na sua preparação houve uma preocupação com a poluição ambiental que poderia ser gerada nesse evento. Por isso, o Governo brasileiro criou o Comitê Nacional de Organização (CNORIO+20), que instituiu uma Coordenação de Sustentabilidade para analisar os possíveis impactos ambientais e propor atividades que possam reduzir ou compensar tais impactos.
Entre as áreas de atuação dessa Coordenação está exatamente a emissões de gases de efeito estufa (GEE). Os principais aspectos que estão sendo mensurados são:
  • Tipos de combustíveis usados nos veículos terrestres e nos equipamentos fixos;
  • Energia elétrica utilizada nos locais do evento;
  • Resíduos gerados;
  • Viagens aéreas dos delegados credenciados e secretariado das Nações Unidas.
A expectativa é que os resíduos e emissões gerados será de 5 mil toneladas, e aquelas que não puderem ser reduzidas durante o evento serão compensadas através do uso das “reduções certificadas de emissão” (RCEs), provenientes de projetos brasileiros do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A Coordenação, inclusive, já identificou empresas brasileiras que irão realizar a doação de RCEs.
Além disso, a Coordenação de Sustentabilidade da Rio+20 fez uma parceria com a Caixa Econômica Federal e com o PNUD Brasil, para o uso de um aplicativo que calcula as emissões decorrentes das viagens aéreas. Os participantes da Rio+20 poderão usá-lo para medir suas emissões de transporte aéreo e comprar RCEs provenientes de projetos brasileiros do MDL e com isso fazer as devidas compensações.

Para mais informações acesse o site oficial da Conferência: http://www.rio20.gov.br/

Fontes: 

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